terça-feira, 24 de junho de 2014

CURITIBA - Saúde dá orientações para evitar quedas e conter epidemia de fraturas em idosos

Dados do Ministério da Saúde apontam que o Brasil vive uma epidemia de fraturas em idosos, que tem como causa principal as quedas. Foram 85.939 casos registrados em 2013, 30% a mais que em 2009. As principais são de fêmur, vértebra e punho. Para evitar que os números continuem crescendo, é fundamental a conscientização da famíia e dos próprios idosos - o que é tema de uma programação especial no Hospital do Idoso nesta terça (24) e quarta-feira (25).
“A queda é causada por diversos fatores que desencadeiam algum tipo de lesão em mais de 40% dos casos”, comenta o geriatra do programa Melhor em Casa Clovis Cechinel. Razões como dificuldade de locomoção, diminuição do equilíbrio e da acuidade visual e uso de medicamentos tornam os idosos mais suscetíveis às quedas.
Como grande parte dos eventos ocorre em casa, fatores ambientais como tapetes soltos, pisos e degraus irregulares ou iluminação insuficiente são determinantes.
Cechinel explica que as consequências da queda também são mais graves em idosos. “Grande parte daqueles que sofrem fratura não recupera totalmente a capacidade de realizar atividades de vida diária que anteriormente executavam”, descreve.
Esta característica é afetada não apenas pela lesão, mas pelo tempo de recuperação que é mais demorado para esta faixa etária.  “Neste período o nível de atividades é reduzido, podendo acarretar a perda da amplitude dos movimentos e de massa muscular”, diz Andressa Chodur, terapeuta ocupacional do Hospital do Idoso Zilda Arns.
A diminuição das funções motoras torna os idosos mais dependentes. “São consequências que afetam diretamente a qualidade de vida: uma lesão no punho pode impedir, por exemplo, a pessoa de se vestir, comer ou se pentear”, ressalta Andressa.
No ambiente hospitalar os riscos de quedas também são elevados. A enfermeira da Qualidade do Hospital do Idoso, Flávia Letícia Adão, explica que fatores como mobilidade reduzida e uso de medicamentos tornam o paciente idoso vulnerável. “A equipe deve auxiliar no deslocamento do paciente, manter a cama baixa e travada e com as grades de proteção elevadas”.
Em países desenvolvidos, a estimativa é que ocorra de três a cinco quedas a cada mil pacientes internados. No Hospital do Idoso, em maio, esse índice foi de 0,98. Para Flavia, ações educativas que incluem os pacientes e acompanhantes, alertando sobre a gravidade desses eventos são fundamentais para o baixo índice.
“O paciente precisa de constante vigilância e essa consciência tem de ser generalizada, se houver falha de alguém da equipe, o outro profissional estará atento e o familiar também”, explica.
O Hospital do Idoso tem um protocolo de prevenção de quedas. A avaliação e identificação, a orientação dos pacientes e familiares e as ações preventivas são constantes. “Se a queda ocorrer, a equipe é incentivada a notificar, para que possamos investigar o motivo e o cenário do evento para propor melhorias”, conclui a enfermeira.
Para conscientizar pacientes e profissionais de saúde sobre os riscos de quedas em idosos e debater formas de evitá-los, nesta terça (24) e quarta-feira (25), o Hospital do Idoso Zilda Arns realiza um programação especial. A estratégia marca o Dia Mundial de Prevenção de Quedas em Idosos, 24 de junho.
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